Gostaria de tecer alguns comentários sobre ele. Aparece uma figura de relevo e de alívio, em toda esta trama na pessoa de Bratt Pitt, que, atuando como SAMUEL BASS, um abolicionista do Norte, presta serviços a Edwin Epps (MICHAEL FASSBENDER), último proprietário "legítimo" de Solomon, ajuda o violinista a sair deste inferno, ao entregar às autoridades competentes uma carta-dossiê na qual o cidadão escravizado relata ser homem livre e estar sendo mantido escravo ilegalmente.
O filme nos mostra, em uma de suas cenas, o senhor de escravos evangelizando os mesmos, com passagens bíblicas, nas quais o uso da força e violência contra eles é plenamente justificado. Nada mais irônico do que usar passagens do livro sagrado para corroborar e justificar violência e sadismo. Deste modo, subverte-se a palavra divina, instrumentalizando-a para justificar o despotismo, violência contra o próximo.
Outro aspecto a ser observado no filme diz respeito ao aspecto puramente econômico que se dava aos escravos. Eles eram pura mercadoria, que poderiam ser usados, abusados e jogados fora, tirante a vontade de seu senhor. Nada mais capitalista do que este pensamento selvagem. Como o sistema de produção plantation exige, mão de obra farta deve ser empregada, para dar conta de grandes produções agrícolas (cana de açúcar e algodão).
Resumindo, vale a pena assistir a este filme que ganho 03 prêmios da Academia de Hollywood em 2014. É uma lição de vida que, a exemplo do Brasil, deve ser visto com olhos transparentes e judiciosos de quanto os negros sofreram preconceito e racismo, não obstante quererem unicamente viver em paz no novo país a que foram levados forçosamente.