domingo, 27 de abril de 2014

WILLIAM SHAKESPEARE: 450 ANOS DE NASCIMENTO - THE TEMPEST






Não se sabe ao certo, mas foi por volta do mês de abril de 1564 que o grande vate e teatrólogo William Shakespeare nasceu. Elegeu-se, portanto,o dia 23 de abril para figurar esta data. O interessante é que, devido a falta de divulgação da seriedade, profundidade e interesse pelo escritor, pouco se falou desta data no Brasil, país com escassos e profícuos leitores que deveriam investir na leitura de suas obras. Dentre o rol de sua imensa produção, gostaria, nesta data, de analisar a peça A TEMPESTADE ou em inglês The Tempest. Basicamente, a peça relata a estória de um ancião (Próspero), ainda lúcido e vigoroso, e do alto de seus poderes que tem sobre as forças da natureza, o monarca deposto de Milão encontra oportunidade de vingar-se daqueles que o traíram e exilaram, acompanhado da filha pequena, Miranda, em um ilha perdida do Mediterrâneo - e que, mais grave, assim agiram sabendo muito bem o que faziam. No entanto, Próspero perdoa até o irmão conspirador, Antonio, e o usurpador Alonso, rei de Nápoles. Nesta Semana Santa que coincide com seu nascimento, em que as palavras de Jesus do alto da Cruz são relembradas, cumpre lembrar esta peça.
Não obstante The Tempest não seja o último trabalho do bardo, que ainda colaborou com outros dramaturgos em três textos. Entretanto, ela pode ser lida como o testamento de Shakespeare. Próspero, o protagonista, age como dramaturgo e diretor (não custa lembrar que, no teatro elisabetano não existia esta figura), orientando a ação: provoca a tempestade que leva até sua ilha onde está banido, o navio no qual viajam seus inimigos, cria ilusões e fantasmagóricas elaboradas, faz personagens adormecerem. Shakespeare já usara o recurso de apresentar peças de  teatro dentro de suas peças de teatro - notadamente, em Hamlet e Sonho de uma noite de Verão (A summer´s night dream). The Tempest , entretanto, vai além: tanto que o próprio crítico canadense Northrop Frye diz que "o tema da peça é a produção de outra peça" - a cargo, claro de Próspero.
É difícil não identificar o poder demiúrgico do duque milanês com o imenso gênio criativo de Shakespeare, esse elusivo prodígio que, ao contrário de dramaturgos concorrentes como Christopher Marlowe e Ben Jonson, nunca se sentou em um banco universitário, mas parecia capaz de escrever sobre tudo - direito, politica, medicina, (em especial nesta peça, fala sobre navegação). Próspero foi deposto do governo de Milão em razão de se dedicar demasiadamente às artes do ocultismo, em detrimento dos deveres do Estado. Entrementes, somente na ilha onde está exilado, que ele se converte em mago, tão poderoso que transforma em serviçais as criaturas mágicas que lá viviam - o espiritual Ariel e o bestial Caliban. Quando Próspero fala da natureza ilusória das coisas em seu monólogo mais conhecido - "somos feitos da matéria dos sonhos, e a breve vida que temos é cercada de sonho" - ele parece falar ao mesmo tempo do mundo físico cotidiano e do universo de fantasia que se monta sobre o palco. Quem não se lembra da peça de Calderón de La Barca (1600-1681), La vida és sueño? Como se pode ler abaixo:

Sueña el rey que es rey, y vive
con este engaño mandando,
disponiendo y gobernando;
y este aplauso, que recibe
prestado, en el viento escribe,
y en cenizas le convierte
la muerte, ¡desdicha fuerte!
¿Que hay quien intente reinar,
viendo que ha de despertar
en el sueño de la muerte?Sueña el rico en su riqueza,
que más cuidados le ofrece;
sueña el pobre que padece
su miseria y su pobreza;
sueña el que a medrar empieza,
sueña el que afana y pretende,
sueña el que agravia y ofende,
y en el mundo, en conclusión,
todos sueñan lo que son,
aunque ninguno lo entiende.
Yo sueño que estoy aquí
destas prisiones cargado,
y soñé que en otro estado
más lisonjero me vi.
¿Qué es la vida? Un frenesí.
¿Qué es la vida? Una ilusión,
una sombra, una ficción,
y el mayor bien es pequeño:
que toda la vida es sueño,
y los sueños, sueños son.

Como se vê, as duas peças tem enormes pontos em comum - a constatação de que esta vida é uma imensa peça teatral, na qual representamos, da melhor maneira nosso papel, usando a persona (máscara sobre nossas faces) para encobrir nosso real pessoa, e, no final do ato (morte), verificamos que tudo não passou de uma imensa ilusão, sonho e ... desilusão !!!

Retomando a peça A Tempestade, no monólogo fina, Próspero renuncia à magia e diz que, de volta a Milão, a cada três pensamentos que tiver, um será devotado à sua morte iminente, é, como se ouvíssemos Shakespeare anunciando sua retirada dos palcos londrinos: em alguma data imprecisa depois da estreia de A Tempestade, em 1611, ele voltou para sua cidade natal, Stratford-upon-Avon, onde morreu.
O crítico A.D. Nutfall, em Shakespeare the Thinker (Shakespeare, o Pensador), diz que "Próspero não é Shakespeare, mas a possibilidade de identificação é mais forte que com outros personagens".
 Próspero, ao rejeitar a magia que o fazia sobre-humano, anuncia o destino de seu volume de feitiços: "Afogarei o meu livro". É um dos versos mais curiosos dessa peça misteriosa. O testamento de Shakespeare - e esse é um fato que muito intrigou biógrafos e estudiosos - menciona propriedades, objetos pessoais, móveis. Não fala NADA de livros!





3o. ENCONTRO PRESENCIAL DO CURSO EDUCAÇÃO ESPECIAL NA PERSPECTIVA INCLUSIVA - LEGISLAÇÃO, ÉTICA E TRABALHO DOCENTE

Tivemos, neste último sábado (26.04.14), nas dependências da Diretoria de Ensino Leste/Campinas/SP, das 08h00 às 12h00, o terceiro encontro presencial do curso Educação Especial na perspectiva inclusiva - Legislação, ética e Trabalho docente. Analisamos, durante o encontro presencial, a perigosa, instigante e necessária legislação referente ao tema com o qual estamos trabalhando. Primeiramente, tivemos uma dinâmica de grupo - COMANDANTE e COMANDADO, através do qual colegas de olhos vendados eram conduzidos pelos comandantes, que, após certo tempo, eram convidados a serem os comandados. Isto reiterou em nós o sentimento de alteridade, do quanto nós, Educadores, temos de responsabilidade para com nossos Educandos. Qual o grau de nossa responsabilidade para com todos, em especial para com aqueles alunos que, com certo grau de deficiência, necessitam de um cuidado ainda maior. Trocamos ideias acerca da experiência que nos enriqueceu muito. Em um segundo momento, analisamos a Legislação pertinente à temática que estudamos, e pudemos verificar o quanto ela é rica. Não obstante o fato de a Educação Inclusiva ter sido implementada tão somente, para valer, no ano de 2006 no Estado de São Paulo, existe uma grande gama de respaldo legislativo que assegura os direitos dos alunos inclusos. Novamente, fomos convidados a trocar ideias, a expor aquele que entendemos e como podemos usá-las para tornar o cotidiano e o entorno do aluno inclusivo mais suave, menos áspero, diante de tantos desafios que ele tem. Finalizando o encontro, fizemos uma dinâmica diferente. Sentamos em círculo, e, com uma caixa de bombons em mãos, fomos convidados a escolher um com um substantivo abstrato pertencente ao campo semântico de incentivo, confiança e quejandos para presentear aquele com o qual identificávamos. Diante desta troca de dons, finalizamos a frase: ESTOU CONTENTE POR TER ESTADO AQUI PORQUE .... E ESPERO VÊ-LO NO PRÓXIMO ENCONTRO.
Resumindo: o encontro foi muito bom e frutífero, pois pudemos adentrar mais no campo legislativo que norteia a Educação Inclusiva, a fim de podermos ter ferramental necessário para entender, enquanto especialistas na Educação Inclusiva, as teias legiferantes que respaldam este tipo de educação. Esperamos o próximo que será em 25.05.14
Discussão em grupo da legislação

Outro momento de discussão em pequenos grupos, antes da
plenária

Lista da legislação estudada no encontro

Nossa tutora presencial Angélica

Um momento especial para discutir a legislação pertinente
 à Educação Inclusiva

Outro momento da discussão em plenária da Legislação norteadora
da Educação Inclusiva