quarta-feira, 25 de setembro de 2013

A Odisseia - uma viagem pelo mar revolto da ética e epistemologia grega até nossos dias



O episódio da descoberta da identidade de Ulisses pela escrava Euricleia.



Este belo texto foi pensado pela professora doutora Maria Luísa Bissoto, professora da Unisal das disciplinas Seminário de Pesquisa e Teorias Psicopedagógicas da Ação Educativa do curso de Mestrado em Educação da UNISAL- campus Maria Auxiliadora, Americana/SP. É altamente enriquecedor pensá-lo neste momento de pós-modernidade.

Odisseia – Ética e epistemologia

Menor  exercício do poder , por parte dos deuses, do que na Ilíada. Mais inconstante também. Homens deveriam ser piedosos, mas isso não lhes garante mais recompensas; seus conselhos devem ser observados, mas obedecê-los parece ser cada vez mais impossível.
Ulisses é filósofo, heroico, e mesmo sábio, homem de sofrimentos, que busca a superação para sua circunstancialidade; mas é também dono de uma personalidade desviante, engenhosamente mentiroso, satisfeito com sua própria esperteza.
Homero retrata o devir humano em sua complexidade, contrasta e contrapões pontos de vista, experiências, reflexões, em uma estrutura organizada e poética. Ulisses narra suas aventuras, suas “bravuras”, mas também reconhece seus erros e aqueles de seus companheiros.

A viagem

De Troia Ulisses encontra a terra dos Cicones, que ele se vangloria de saquear, avisa seus marinheiros para pararem a luta, mas eles não escutam e 6 marinheiros de cada navio são mortos.

O episódio com os Cíclopes

Ulisses reconhece que os infortúnios começaram, aqui, por sua PP culpa, sua insaciável sede por conhecimento, fazer amigos e ganhar/adquirir/meritar presentes/recompensas. Entra na caverna dos Cíclopes mesmo contra os pedidos da tripulação. Depois de uma perigosa escapada, ele ainda se vangloria frente aos Cíclopes  e mais, anuncia seu PP nome, facilitando a vingança dos Cíclopes que, em sabendo seu nome, dirigem-se a Poseidon para pessoalmente combatê-lo. Ao contrário do “truque” para sair da caverna: “quem está aí?”. Ninguém...Pensar no peso do nome, da autoria, do assumir o pp nome na produção/negação do conhecimento. Quem decide essa autoria sou eu, quem decide quem nomear sou eu...
Livro 5-
Ulisses está na Ilha de Calipso, fora dos limites do mundo conhecido, portanto, “sem fortuna, sem navios”, sem meios para orientar-se. Sem padrões ético-morais? Deve valer-se de seu engenho para sobreviver e retornar à casa.

No caso do saco dos ventos - Ulisses “erra’ POR NÃO CONFIAR EM NINGUÉM. Lhe apraz ter o domínio do conhecimento. Consequentemente, sua tripulação não confia nele, e passam a revistar sua bagagem. Às costas de Itaca, destino final, abrem o saco de ventos e são direcionados para longe dali. Ulisses controla seus sentimentos, sua frustração, e decide recomeçar a viagem. Decide tornar-se mais resistente,mais sábio, passando de um “rude bucaneiro” a um planejador e a um ser moralmente mais ético.


A passagem do canto das sereias na ilha de Circe.

No episódio com a maga Circe-  após resolver deixá-los ir Circe o avisa sobre o perigo representado pelas sereias, e ensina-o como resistir ao seu canto. Dessa vez Ulisses escuta e segue os conselhos de Circe ao pé da letra. Isso ilustra novamente o seu fascínio com o saber, com novas experiências, mas também sua maior prudência/humildade/sabedoria em lidar com a “aventura do conhecer”. Ela também o avisa que o enfrentamento de Scila e Caribidis acarretaria inevitavelmente perdas, “não há respostas boas para algumas perguntas/aproximações do conhecimento”. Ele descobre que “matar ou morrer”/estar certo ou errado não é mais uma opção. Há que saber se curvar às situações. O poder do conhecedor nem sempre vence, nem é possível no isolamento.
Na ilha de Trinasia, o gado do Sol- que não deve ser tocado. Novamente, em jogo a questão do restringir-se.
Toda a narrativa é marcada por avisos, conselhos, mas que não percebidos assim por Ulisses e sua tripulação, ou são percebidos tardiamente. Precisa estar-se aberto ao inesperado, às “pistas” que nem sempre são entendidas. Ulisses sobrevive aos companheiros/aventuras não porque é “abençoado”, protegido dos deuses, nem porque não comete erros, mas porque aprende com seus erros, adapta-se. Aprende a controlar seus impulsos  heroicos- derrotar aos inimigos, vencer pela força da verdade, salvar o mundo- e sua curiosidade- coloca limites ao saber. Mas tornou-se cada vez mais envolvido com si mesmo, ensimesmado, em solidão.
A  Odisseia está preocupada com a sociedade, com a preservação dos laços morais, de amizade, racionais e afetivos, que mantêm a sociedade unida.


Hoje gostaria de compartilhar experiências tidas no EJA (Educação para jovens e Adultos), tidos como difíceis de entrar na dinâmica do processo ensino/aprendizagem, mas existem maneiras para se contornar tal problema. Afinal, nós, educadores, somos o que somos pois lidamos com o ser humano, respeitando a ALTERIDADE!




O prazer em aprender, em ser independente é imensurável




OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: CAMINHO DE INCLUSÃO
PARA ALÉM DA ESCOLARIZAÇÃO.

RESUMO

Pretende-se discutir aqui um caminho para Educação de Jovens e Adultos- EJA para além da escolarização pautando-se na experiência da Região Metropolitana de Campinas, fundamentando-se nos documentos da VI CONFINTEA- Conferência Internacional de Educação de Adultos.
À luz desse documento reflete-se o modelo de Educação de Jovens e Adultos posto hoje, trazendo as reflexões de alguns autores com o objetivo de rediscutir o papel da EJA para além da escolarização - para quem, para que e como educamos? 
Apresenta-se uma proposta de inclusão escolar dentro de um projeto, que contempla uma massa marginalizada de sujeitos que não teve acesso à escola e tão pouco vislumbrava isso como possibilidade, apontando os benefícios de uma educação ampla garantindo a humanização, reinserção escolar e social, mais qualidade de vida, acesso aos bens públicos, conscientização social, política e ambiental.
Discutem-se as dificuldades administrativas e pedagógicas de uma educação sociocomunitária para além da escolarização esbarrando desde as políticas públicas até a formação dos professores, trazendo um pouco a trajetória da educação sociocomunitária no Brasil com a filosofia de Paulo Freire e propondo a construção de novas formas de atuação.
Aponta-se para os desafios da EJA, o modelo de alfabetização e ensino hoje e a compreensão da educação ao longo da vida que pressupõe a construção de Projetos Pedagógicos diferenciados. Questiona-se ainda às propostas assistencialistas que apenas tem como finalidade ocupar o tempo dos sujeitos. A construção de uma sociedade melhor passa necessariamente pela educação que continua formando e educando os sujeitos em todas as idades para serem construtores ativos dessa sociedade que deve ser de todos.

PALAVRAS CHAVE: EJA- INCLUSÃO- EDUCAÇÃO SOCIOCOMUNITÁRIA

LOS RETOS DE LA JUVENTUD Y LA EDUCACIÓN DE ADULTOS: HACIA LA INCLUSIÓN
MÁS ALLÁ DE LA EDUCACIÓN.

RESUMEN

La intención de discutir aquí un camino para Jóvenes y Adultos-EJA allá de la enseñanza basándose en la experiencia de la Región Metropolitana de Campinas, basándose en el Documento de la Conferencia-CONFINTEA VI Encuentro Internacional sobre Educación de Adultos.
A la luz de este documento refleja el modelo de jóvenes y adultos hoy en día, con lo que las reflexiones de algunos autores con el fin de revisar el papel de la educación de adultos más allá de la educación - a quién, para qué y cómo educamos?
Se presenta una propuesta para su inclusión en un proyecto de la escuela, que incluye una gran cantidad de temas marginados que no tienen acceso a la escuela y lo imaginó lo menos posible, señalando los beneficios de una amplia educación garantizando la humanización, la escuela y la reintegración social, mejor calidad de vida, el acceso a los bienes públicos, la conciencia social y la política ambiental.
Se discuten las dificultades pedagógicas y administrativas de una educación socio-comunitaria más allá de la escolarización golpes de la política pública para la formación del profesorado, con lo que un poco de historia de la educación en Brasil con la filosofía socio-comunitaria de Paulo Freire y proponer la construcción de nuevas formas de la acción.
Señala los desafíos de la EJA, el modelo de la alfabetización y la educación de hoy y la comprensión de la educación permanente que requiere de la construcción de proyectos pedagógicos diferenciados. Se preguntó propuestas de bienestar que sólo tiene como objetivo ocupar el tiempo del sujeto. La construcción de una sociedad mejor pasa necesariamente por la educación que sigue formando y educando a las personas en todas las edades para ser constructores activos de esa empresa que debe ser todo.

PALABRAS CLAVE: EDUCACIÓN -EJA-INCLUSIÓN SOCIO-COMUNITARIA

Educar é a mais avançada tarefa social emancipatória. [...] a educação terá um papel determinante na criação da sensibilidade social necessária para reorientar a humanidade. ASMANN, 1998, p. 26




Idosos e Adultos aprendendo no ambiente de alteridade e respeito pela dificuldade que cada um tem no processo ensino/aprendizagem



INTRODUÇÃO
Pretende-se discutir os problemas e desafios da Educação de Jovens e Adultos EJA Região Metropolitana de Campinas, trazendo a experiência da cidade de Campinas num trabalho que acontece a 25 anos ligados diretamente à prefeitura desse município, através da Fundação Municipal para Educação Comunitária- FUMEC.
Enquanto educadores, trazemos muitas inquietações quanto aos novos rumos da EJA- Educação de Jovens e Adultos no Brasil e temos buscado fundamentar nossas práticas no legado freiriano e nas novas propostas de educação para além da escolarização.
No que diz respeito às políticas Educacionais a Educação de Jovens e Adultos  esteve sempre subjugada à boa vontade política da administração pública e  devido a outras  prioridades, sempre esteve relegada a segundo plano. Temos uma história sofrida de grandes lutas para pequenas conquistas que seriam “de direito” dos nossos alunos.
A educação, então, é considerada como um direito do ser humano de existir no mundo com dignidade e de exercer a sua cidadania. Neste sentido, a educação de jovens e adul­tos está no cerne do debate sobre a exclusão social e sobre a questão da democratização do ensino, ou seja, do acesso de todos os indivíduos à educação, bem como de sua permanência. Do reconhecimento dos ex­cluídos, por fatores de idade e de classe, do direito de acesso à escola pública, do direi­to de “ler e de escrever; de questionar e de analisar; de ter acesso a recursos e de desen­volver e praticar habilidades e competências individuais e coletivas” (UNESCO, 1997, p. 3 apud Oliveira, 2009 p.6).

Trazemos para essa reflexão os textos da VI Conferência Internacional de Educação de Adultos - CONFITEA, que apresenta uma proposta de educação para o longo da vida, numa abordagem para além da escolarização.
          A FUMEC desde sua fundação passou por muitas fases e mudanças estruturais e nesse tempo de trabalho com a Educação de Jovens e Adultos percebemos que o perfil da clientela de EJA vem se alterando, não somente na FUMEC, mas no Brasil.
          Os jovens e adultos de 15 a 59 anos, que podemos chamar  de “demanda produtiva da sociedade”,  que estaria se escolarizando para o mercado de trabalho, vem diminuindo  porque de certa forma estão inseridos no mercado informal  e  uma crescente demanda tem surgido dos marginalizados sociais (deficientes, doentes mentais, adolescentes infratores, idosos). Embora sejam demandas da saúde e da assistência, a educação desempenha com eles de fato um papel de reinserção escolar e social.
Timothy Ireland, (2012) apresenta um esgotamento do atual modelo de EJA como modelo estritamente escolar, inflexível e compensatório apontando objetivos maiores que a alfabetização, pois  para ele a alfabetização é fundamental mas não única.
Temos duas diferentes demandas de atendimento na EJA com diferentes objetivos que exigem a construção de currículo diferenciado.
Há, no parecer de Oliveira, (2009)  um problema que perpassa a dicotomia entre alfabetização e escolarização, que precisa ser considerada nas discussões sobre a EJA, pois as diretrizes curriculares estabelecem necessidades de formulação de projetos pedagógicos próprios e específicos para EJA e inserir a compreensão da educação ao longo da vida.
Temos também o desafio de captar uma demanda grande de analfabetos da cidade de Campinas, pois segundo IBGE 2010 chegam a 28.442 e 158.000 aqueles que não terminaram o ensino médio. Porém esses analfabetos não procuram a escola. Esse fato não tem sido somente uma realidade da cidade de Campinas e esses dados em relação ao país tornam-se ainda mais alarmante.
O censo de 2010, aponta que há 57,7 milhões de pessoas com mais de 18 anos que não frequentam a escola e não têm o ensino fundamental completo. E que deveriam estar sendo atendidas pela Educação de Jovens e Adultos.  Contudo, o número de matrículas na EJA, em 2010, não alcança os 2.900.000. É preocupante como ainda se mantém a exclusão social e escolar em nosso país em pleno desenvolvimento econômico: milhares de pessoas estão fora do mercado de trabalho por falta de conhecimentos e habilidades adequadas, que lhes capacitem a entrar ou a se manterem nesse, e excluídos de outras possibilidades de inclusão, constituindo-se em grupos de alta vulnerabilidade social (MTE, 2010). 

Torna-se um grande desafio trazer uma demanda existente para ser  alfabetizada, evitar o número de evasão escolar, garantir minimamente uma formação continuada para os professores que chegam a EJA com todo repertório de uma educação voltada à alfabetização de crianças.
A FUMEC atende a uma clientela bastante diversificada quanto à faixa etária tanto àqueles que foram excluídos da escola, ou que nunca puderam ter acesso a ela,  como os deficientes, que muitas vezes foram recusados na escola regular, e os indivíduos da terceira idade, que vêm realizar o sonho de estar na escola e também em Projeto especial dentro de instituições de reabilitação para dependentes químicos, para moradores de rua, pacientes da saúde mental, etc...
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: CAMINHO DE INCLUSÃO
PARA ALÉM DA ESCOLARIZAÇÃO

        A Fundação Municipal para Educação Comunitária- FUMEC vem desenvolvendo um trabalho de alfabetização de Jovens e Adultos e de qualificação profissional, atendendo a população mais carente, da periferia da cidade, abrindo salas de aula nos locais onde é solicitado por professores e alunos da EJA.  Contando com cinco núcleos descentralizados, coordenando os 130 locais hoje existentes, com 230 turmas funcionando em três períodos, atende-se por volta de 3.000 alunos. Praticamente 70% das salas estão fora dos muros da escola, ocupando espaços comunitários, igrejas, associações, etc...
Os profissionais da FUMEC sempre foram mais acolhidos nos espaços comunitários do que propriamente nas escolas públicas. E nesses espaços pode-se atender devidamente  essa clientela no bairro onde residem.
Essa inserção na comunidade, além da escola caracteriza uma perspectiva de educação sociocomunitária que já tem uma história sólida e reconhecida em outros países e aqui no Brasil, ainda se luta por reconhecimento.
Ela entra no cenário brasileiro mais fortemente na década de 1960, com Paulo Freire nos moldes da educação popular numa proposta educacional essencialmente humanista. Valoriza em primeiro lugar a formação integral do homem, sua cultura, emancipando os sujeitos para a transformação da sociedade e sua ênfase política recai principalmente sobre os direitos dos oprimidos ao conhecimento respeitando os seus  valores, interesses, necessidades sociais, culturais e políticas.
A preocupação da verdadeira educação sociocomunitária está com os modos das intervenções educacionais, para discutir o tipo de sociedade e cidadão que se deseja “estabelecer”.
Com a diversidade de situações e com o avanço tecnológico de um mundo globalizado, a exclusão social vem se reafirmando e tomando dimensões cada vez mais complicadas, pois os conflitos sociais também se avolumam chegando ao ambiente escolar. Diante de um quadro de destruição social, violação dos direitos humanos e condições precárias quanto a projetos políticos, diversidades de interesses os sujeitos ficam muito vulneráveis para viver dentro das regras competitivas e injustas da vida social. O campo educacional traz a contradição entre a transformação e a reprodução, e  hoje se configura numa necessidade de reorganizar a sociedade numa organização da própria vida dos sujeitos.
As propostas assistencialistas não atendem às necessidades desses indivíduos que são contemplados com leis que não são entendidas e executadas como via de fato. Não se exploram as todas as suas possibilidades como um meio de reinserção social  e é somente no campo educacional que conseguimos minimamente a emancipação e autonomia desses sujeitos.
Esse campo da educação sociocomunitária é muito amplo, pois a educação escolar e familiar tem deixado muitas brechas quanto  a formação do cidadão, se fazendo necessárias intervenções emergenciais e decisivas e percebe-se o campo vasto de estudo e de discussões que a envolve.
Hoje, já se traça novos rumos para EJA, em que se aponta para um trabalho efetivo de Educação sociocomunitária, para além da escolarização. Cabe abordar aqui um trecho tirado do documento Preparatório a VI CONFITEA Conferência Internacional de Educação de Adultos, para legitimar todo trabalho que estamos hoje fazendo dentro da FUMEC.

Há um a concepção ampliada de Educação de Jovens e Adultos que entende educação pública e gratuita como direito universal de aprender, de ampliar e partilhar conhecimentos e saberes acumulados ao longo da vida, e não apenas de se escolarizar.
Tratar a EJA como direito reafirma a Declaração Universal dos Direitos Humanos. O direito a educação para todos segundo a Constituição Federal põe por terra a lógica de oferta de atendimento como “oportunidade ou chance” mas como direito inquestionável para Ed. De Jovens e Adultos. Esse direito pressupõe um trabalho que garanta acesso, elaboração e reconstrução de saberes que contribuam para a humanização e emancipação do ser humano. (VI CONFITEA, 2009, grifo nosso)

A questão do tempo em EJA esbarra em alguns fatores de grande relevância,  aos quais cabe uma discussão mais aprofundada.
Tudo começa com a questão da formação do professor que não é contemplado com disciplinas específicas de EJA e não compreendem o processo de aprendizagem diferenciado do adulto adaptando metodologias infantis. Em toda rede de ensino encontramos poucos professores capacitados metodologicamente para serem alfabetizadores de fato e quando se trata do aluno adulto o problema se torna ainda mais complexo.
Igualmente, é essencial que a modalidade de EJA, seja fundamental ou médio, reconheça os diferentes tempos e espaços dos seus educandos. Na EJA, precisamos ter clareza sobre quem são os sujeitos do processo de ensino-aprendizagem e quais os seus interesses, necessidades e demandas em termos de tempos e formatos de estudo. Em outras palavras, a EJA precisa de um projeto pedagógico específico pensado a partir da realidade do educando que procura a garantia do seu direito à educação. (Maria Clara de Pierro, 2012).
O tempo de aprendizagem desse aluno adulto que não teve acesso à escola ou saíram dela como fracassados e expulsos é bem maior, pois se torna desafiador para o educador fazer com que esse educando passe a acreditar em suas próprias possibilidades.
O jovem e adulto pode ter mais dificuldade inicialmente em aprender novos conhecimentos e processos porque está afastado a tempo de processos mais formais, sistemáticos e organizados de aprendizagem, mas não existe nenhum impedimento neurológico para que continue o seu processo de aprendizagem. Aprender também é uma disciplina que precisa ser aprendida ou re-aprendida e que custa trabalho. Muitos adultos reclamam no começo que o estudo faz a cabeça doer. É igual como quando re-tomamos a atividade física depois de um período sem nos exercitar, o corpo dói! (Maria Clara Pietro, 2012)

Já se percebe que a EJA tem uma especificidade que necessita flexibilizar tempos, modos e espaços para que todos possam ser efetivamente incluídos nesse processo educacional e na reconstrução dos saberes um currículo para além da escolarização.
Para uma inserção autônoma e criativa nesse universo, são necessários processos mais alongados de escolarização. A diversidade abrange jeitos de ser, viver, pensar, agir, que se enfrentam.
A EJA a partir de suas diferenças se volta para uma proposta que inclua todas as suas expectativas e se volta para a formação humana num projeto para dar conta de suas necessidades, desejos, resistências e utopias.
A EJA, na medida em que se afirma a igualdade de todos como sujeito de direito, nega a forma de pensar de uns valem mais do que os outros, enfrentando as desigualdades como desafios a serem superados pela sociedade brasileira. Potencializar a diversidade na educação pode contribuir para a transformação social e para a formulação e execução de propostas educativas em que esses sujeitos de energia, imaginação e criatividade estejam no centro, com seus desejos, necessidades e expectativas de educação, cultura, saberes e práticas – um dos meios imprescindíveis à humanização não só de suas vidas, como toda sociedade brasileira.     A diversidade transformada em desigualdade tem assumido um duro papel para a cidadania em toda a história brasileira. (VI CONFITEA, 2009, grifo nosso)



A diversidade implica em especificidades no atendimento aos adolescentes no período de tratamento ao uso das drogas que estão impossibilitados de frequentar a escola, adolescentes em liberdade assistida, doentes mentais impossibilitados de frequentar a salas de aula devido ao tipo de transtorno, presidiários que estão em regime semiaberto, locais de abrigo a adolescentes, idosos, moradores de rua, portadores do vírus HIV e outros.
Para além dos instituídos, cabe instituir tempos e espaços outros de forma a atender a diversidade de modos pelos quais jovens e adultos podem estar na escola, sem acelerar ou aligeirar processos de aprendizagem dos educandos, mas ampliando e socializando saberes. São as necessidades da vida, desejos a realizar, metas a cumprir que ditam as disposições desses sujeitos e, por isso, a importância de organizar e assegurar tempos e espaços flexíveis, em todos os segmentos, garantindo o direito á educação e aprendizagens ao longo da vida. (VI CONFITEA, 2009, grifo nosso)
A questão da “terminalidade”  é um processo necessário e sabemos bem que o aluno não deve sair da FUMEC somente mediante ao “atestado de óbito”, mas não há ações concretas do poder publico, ONGs e associações em abrir possibilidade de garantir  uma educação ao longo da vida junto ás comunidades da  periferia.  O problema educacional não se resolve com ações assistencialistas no sentido de ocupar o tempo dos sujeitos com atividades de lazer, artesanatos e oficinas, mas ativar aquilo que se entende por uma formação e educação ao longo da vida para criação de espaços específicos com educadores preparados.
Quem vem cumprindo esse papel até hoje no município de Campinas é somente a FUMEC que está nos espaços sociais mais em termos educacionais, no sentido de garantir através da educação uma qualidade de vida dos sujeitos e tem sido única nesse atendimento que abre para outras possibilidades de formação e informação.
A sociedade não tem cumprido o seu papel em relação à educação, a administração pública não resolve ou minimiza os problemas aparentes e os sistemas educacionais têm apresentado um modelo excludente, que acaba tendo seus reflexos sociais, aumentando as responsabilidades da EJA, que fica  com o atendimento dessa demanda  dos marginalizados sociais.




A sociedade condena aqueles que são diferentes, não respeitando a alteridade ao fracasso escolar, consequentemente, serão marginalizados e irão cobrar por esta decisão social através da violência.

           É preocupante para o quadro de exclusão social crônica que flagela a população brasileira, principalmente aqueles segmentos que historicamente têm sido alvo dos processos de expropriação social, cultural e econômica que têm garantido ao Brasil posição nada invejável nos indicadores de desigualdade e injustiça social.
          Há um desafio de se criar programas e políticas públicas mais consistentes e duradouras, que possam ser capazes de romper com o círculo vicioso que se estabelece entre a insuficiente escolarização, a dificuldade de inserção no mundo de trabalho e os processos de exclusão social.
           É necessário que essas políticas públicas sejam capazes de dar respostas consistentes a esses problemas crônicos Não é por outra razão que se pode dizer que a juventude frequentemente é vista como o grupo de mais alta vulnerabilidade social, merecedora de uma maior atenção e preocupação.
O modelo de alfabetização- e de ensino- que prevalece em nosso sistema escolar se caracteriza por priorizar um determinado padrão de conhecimento – aquele da cultura escolar formal-, assumindo-o como absoluto, e em si mesmo capaz de reverter situações de “desvantagens” culturais, econômicas e sociais.  Sem negar a importância que o conhecimento formal tem para o desenvolvimento dos indivíduos e suas comunidades, se faz necessário discutir o caráter de hegemonia, que esse conhecimento assume ao ser colocado, em especial pelo processo de escolarização, como o único que deve ser socialmente validado. É a partir dessa perspectiva, que ignora a subjetividade epistêmica e epistemológica dos aprendentes, desconsiderando o peso que tradições culturais populares, crenças, modos de conceber a vida e de organizá-la têm nos processos de aprendizagem, que a exclusão se instaura.
O termo “novos estudos sobre o letramento” identifica uma corrente teórica que encampa concepções inter e multidisciplinares sobre o processo de aprendizagem da leitura, escrita e matemática, tomando por fundamentos a sociolinguística, as ciências cognitivas, a história, a antropologia, a psicologia histórico-cultural e a pedagogia para a autonomia (ver STREET, 1984). Contrapondo-se ao “modelo autônomo” da alfabetização/conhecimento os novos estudos sobre o letramento defendem uma compreensão desses “em termos de práticas sociais concretas e teoriza-as em termos das ideologias nas quais diferentes alfabetizações estão imersas” (GEE, 2008, p. 80). A preocupação está posta em indagar, continuamente, o que significa ser/estar letrado em relação às práticas sociais, que permeiam e interpenetram o cotidiano dos diversos grupos, que compõem a sociedade; questionando quais dessas são dominantes, quais vem sendo marginalizadas e quais vêm se mostrando resilientes (STREET, 2003). Isso significa reconhecer que a alfabetização não tem um caráter unimodal, mas, contrariamente, que há múltiplas alfabetizações, as quais se conjugam e se modificam de acordo com o tempo, o espaço, os anseios dos sujeitos, os recursos tecnológicos, as possibilidades econômicas e as relações de poder vigentes num grupo social.  (Bissoto e Guimarães, 2011 p. 182)

Para além da escolarização temos desafios a travar que dizem respeito à educação. Outras formas de analfabetismo a combater.
São três os analfabetismos por derrotar hoje: O da lecto-escritura (saber ler e escrever), o sócio cultural (saber em que tipo de sociedade se vive, p.ex., saber o que são mecanismos de mercado), e o tecnológico (saber interagir com máquinas complexas). Toda escola incompetente em algum desses aspectos é socialmente retrógrada; (Asmann, 1998, p.32)


Poderíamos acrescentar Saber valorizar-se no que se refere à autoestima saber se comunicar fazendo uso dos diferentes tipos de linguagem e de todas as formas possíveis para devolver aos silenciados a expressão e a voz possibilitando  uma maior participação social. Saber conviver, pois nas regras sociais vigentes e nas diferenças étnicas, culturais, religiosas, resgatando valores de respeito, tolerância, cooperação vencendo a competitividade Saber decidir- no que se refere ao poder decisório e a autonomia dos sujeitos. Saber preservar no que se refere a educação ambiental e sustentabilidade. Saber se cuidar no que se refere à saúde, Saber consumir no que diz respeito a educação para o consumo consciente.. SABER prevenir no que se refere prevenção de acidentes. Saber reivindicar- no que se refere aos direitos, etc...


A função de EJA, hoje, segundo, Maria Clara de Pierro, 2012 em entrevista para a Revista Nova Escola:

A VI Confintea, realizada em Belém do Pará, em dezembro de 2009, deixa claro o sentido amplo da aprendizagem ao longo da vida como “um marco conceitual e um principio organizador de todas as formas de educação, baseada em valores inclusivos, emancipatórios, humanistas e democráticos, sendo abrangente e parte integrante da visão de uma sociedade do conhecimento”. No sentido amplo, o conhecido Relatório Delors, reafirmou quatro funções ou pilares da aprendizagem: aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a ser e aprender a conviver com os outros.

Há  no documento aprovado pela Conferência Mundial sobre Educação para Todos -Jomtien, Tailândia -5 a 9 de março de 1990  um artigo que  vem expandir o enfoque da educação especificamente no artigo 2.
Entendendo que a educação pode contribuir para conquistar um mundo mais seguro, mais sadio, mais próspero e ambientalmente mais puro, e que, ao mesmo tempo, favoreça o progresso social, econômico e cultural, a tolerância e a cooperação internacional;
Sabendo que a educação, embora não seja condição suficiente, é de importância fundamental para o progresso pessoal e social.
Artigo 2 - EXPANDIR O ENFOQUE
 Lutar pela satisfação das necessidades básicas de aprendizagem para todos exige mais do que a ratificação do compromisso pela educação básica. É necessário um enfoque abrangente, capaz de ir além dos níveis atuais de recursos, das estruturas institucionais, dos currículos e dos sistemas convencionais de ensino, para construir sobre a base do que há de melhor nas práticas correntes. (Jomtien, Tailândia, 1990)

          Na LDB CAP V DA EDUCAÇÃO ESPECIAL- traz uma possibilidade de garantir uma organização específica para o atendimento a grande diversidade encontrada na EJA.
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais:
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização específicas, para atender às  necessidades;
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
            Nesse parágrafo se justifica a existência de Projetos Especiais de atendimento a clientela impossibilitada de frequentar a escola.

Seção V Da Educação de Jovens e Adultos
Art. 37. A educação de jovens e adultos será destinada àqueles que não tiveram acesso ou continuidade de estudos no ensino fundamental e médio na idade própria.
§ 2º O Poder Público viabilizará e estimulará o acesso e a permanência do trabalhador na escola, mediante ações integradas e complementares entre si.
Título III Do direito á Ed. e do dever de Educar.
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino;
VII - oferta de educação escolar regular para jovens e adultos, com características e modalidades adequadas às suas necessidades e disponibilidades, garantindo-se aos que forem trabalhadores as condições de acesso e permanência na escola;
DA EDUCAÇÃO BÁSICA Seção I
Art. 23. A educação básica poderá organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos não-seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.
Percebe-se que em Curitiba há uma forma mais flexibilizada de organizar a EJA com um sistema informatizado somente para assegurar as informações básicas dos dados dos alunos bem como sua avaliação pedagógica não há uma preocupação com tempo nem mesmo se cumpre os 200 dias letivos.
Assim, os princípios da contextualização e do reconhecimento de identidades pessoais e das diversidades coletivas constituem-se em diretrizes nacionais dos conteúdos curriculares. A EJA é um espaço importante para a reconstrução das experiências da vida ativa e para ressignificar os conhecimentos adquiridos na ‘escola da vida’ e articulá-los com os saberes aprendidos na escola. Representa uma forma de validar e reconhecer as aprendizagens não-escolares e, ao mesmo tempo, articular escola e vida. (Maria Clara de Pierro, 2012)
Temos também que ter uma preocupação de atendimento diferenciado e especializado aos idosos institucionalizados ou não. Segundo o documento da CONFINTEA, 2009:


Idosos começam a representar um número bastante significativo na população brasileira e tenderão a representar cada dia mais, face ao aumento da expectativa de vida (vive-se mais, portanto) e ao envelhecimento considerável de um significativo contingente de população. Em decorrência dessas constatações, o Brasil hoje começa a compreender a importância de se preocupar com a qualidade de vida e com os direitos dos brasileiros com 60 anos e mais, como expressa, por exemplo, a aprovação do Estatuto do Idoso em 2003. Por um lado, a existência de idosos que não se escolarizaram, ou nem se alfabetizaram no país; por outro, a concepção do aprender por toda a vida, exigem repensar políticas públicas que valorizem saberes da experiência dos que, não mais vinculados ao trabalho, podem continuar contribuindo para a produção cultural, material e imaterial da nação brasileira, com dignidade e autonomia, mudando-se a tendência histórica de relegá-los ao ócio e a atividades pouco criativas e que não possibilitam assumir compromissos sociais com o legado de uma vida, na transmissão da herança cultural. (grifo nosso)

Jovens e adultos que não tiveram acesso à escola, ou não concluíram sua escolarização na época estabelecida pelos sistemas educacionais, apresentam dificuldades em iniciar ou prosseguir os seus estudos, sendo discriminados e excluídos socialmente.
[...] Uma sociedade onde caibam todos só será possível num mundo no qual caibam muitos mundos. A Educação se confronta com essa apaixonante tarefa: formar seres humanos para os quais a criatividade e a ternura sejam necessidades vivenciais e elementos definidores dos sonhos de felicidade individual e social, (Asmann, 1998, p. 29).

Gonçalves, 2009 aponta para as práticas não escolares como um processo de inclusão social e educacional de pessoas jovens, adultas e idosas.  A Proposta de Inserção de parcelas da população até então postas à margem da sociedade e da educação tendo por objetivo desenvolver com essa população estratégias de apropriação do mundo e construir caminhos coletivos de transformação.  O autor vê a Educação permanente de base comunitária incluindo modalidades formais e não formais como um meio de se formar para a vida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

          Para se fazer um atendimento efetivo na Educação de Jovens e Adultos se requer não somente um bom trabalho de divulgação nas grandes mídias, mas políticas publicas que atrelem ações e secretarias para a captação dessa demanda existente.
          Uma vez captada a demanda precisa voltar-se para a formação continuada desse educador no sentido de reformulação e reorganização dos saberes necessários a cada clientela específica que busca a escola com diferentes finalidades.
          A educação precisa ter em vista a emancipação, autonomia e qualidade de vida dos sujeitos e não somente para a sua reinserção no mercado de trabalho.

Na proposta de Paulo Freire a educação tem um caráter emancipatório, visando à construção da autonomia, de participação e criticidade, numa valorização tanto da cultura popular como daquela culta, para que o educando, em posse do conhecimento, tome posse de si mesmo e do mundo( Freire, 1978) e isso significa também tomar posse do mundo do trabalho, compreendido esse não como qualquer ocupação que garanta condições de sobrevivência, mas como profissão: projeto de vida, de que-fazer produtor de sentidos. (Bissoto e Guimarães, 2011, p. 172)

            A elaboração de Projetos para o atendimento de demandas específicas com um trabalho efetivo que vai para além da escolarização formando os sujeitos para a vida, a independência, a valorização cultural, a reconstrução de metas e projetos de vida, valores humanos e relações interpessoais e a construção de uma representação de si mesmo e do mundo do qual é parte. Que nesse processo ele desvele criticamente o sentido  e o significado de sua presença diante do mundo, dos outros homens e de si mesmo, ampliando as possibilidades de convivência, socialização e organização de forma que possam exercer o seu papel de pessoa humana e cidadão.
            Através de uma contextualização de sua realidade, problematizando-a ele pode se distanciar e criticar as múltiplas determinações de sua circunstância pessoal e social, como de sua própria história.


     
         


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ASMANN, Hugo “Reencantar a Educação” 1998
BISSOTO, M.L. e GUIMARAES, V.C. “Analfabetismo Funcional, empregabilidade e Exclusão social” In Pedagogia social: Educação e Trabalho na Perspectiva da Pedagogia Social –São Paulo- Expressão e Arte Editora vol. 4, 2011.
GONÇALVES, Luiz Gonzaga “Práticas Não escolares e Inclusão”   In Salto para o Futuro Educação ao longo da vida, Ministério da Educação Ano XIX nº 11 setembro de 2009 ISSN 1982-0283
OLIVEIRA, Ivanilde Apoluceno “ Educação de Jovens e Adultos e Idosos”  In Salto para o Futuro Educação ao longo da vida, Ministério da Educação Ano XIX nº 11 setembro de 2009 ISSN 1982-0283
Entrevistas da TVescola:  Ireland, Timoty e Pierro, Maria Clara.
In fonte: htpp://revistaescola.abril.com.br/pliticas-publicas/modalidades/eja-tem-agora-objetivos-maiores-alfabetização-476424.shtml
Documentos:
        VI Conferência Internacional de Educação de Adultos – CONFITEA, 2009
        Declaração Mundial sobre Educação para Todos: satisfação das necessidades básicas de aprendizagem Jomtien, Tailândia, 1990 ED/90/CONF/205/1 UNESCO 1998

         Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996.